quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Depois da Web dificilmente será esquecido

«Redes sociais, blogs, fóruns de discussão e chats são alguns dos recursos que, hoje em dia, permitem aos utilizadores da Internet "aparecerem" online, partilhando fotos, links e, principalmente, manifestando a sua opinião. Numa altura em que se vive o "pleno" da Web 2.0, há contudo quem defenda exactamente o contrário: o direito a ser esquecido na grande rede.

A reivindicação não é nova e tem sido visada pelas altas instâncias políticas - como a Comissão Europeia -, mas ganhou dimensão mais recentemente, com a decisão da agência espanhola para a protecção de dados (AEPD) de obrigar o Google a remover links para sites com conteúdos considerados ofensivos da privacidade e do bom nome.

As situações remontam há cerca de dois anos e meio e estão quase todos relacionadas com queixas de pessoas singulares acerca da publicação de informação ou dados online em espaços variados, nomeadamente jornais e blogs.

O caso em concreto abrange cinco resoluções deste organismo (a quem os visados tinham feito queixa) que o motor de busca se recusou a cumprir, recorrendo aos tribunais.

O Google alega que a responsabilidade da disponibilização dos dados na Internet é de quem os publicou, e não do motor de busca que os indexa. "Não podemos ser os censores da Internet, limitamo-nos a reflectir de forma exaustiva o conteúdo da Internet, o que existe de verdade na Rede".

Na audiência que já teve lugar, a gigante das buscas defendeu que eliminar ou modificar conteúdos faria com que a Internet perdesse a sua "objectividade", alegando que o primeiro prejudicado seria a Sociedade da Informação.

Para a Google, se as pessoas singulares pudessem apagar toda a informação que considerassem lesiva, a Internet transformar-se ia num "álbum de família". Por outro lado, ordenar a desindexação de conteúdos põe em causa a liberdade de expressão, ou seja, estamos a falar de censura, acusa.

Mas é possível apagar informação lesiva do bom nome de um cidadão publicada online se entidades como a Google não cooperarem? "Não. Se os motores de busca não apagarem a informação, o direito das pessoas não está garantido. É óbvio que é necessária a cooperação dessas entidades para que os dados desapareçam, por isso há toda a legitimidade nesse pedido", referiu fonte da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) ao Tek.

Ainda assim, eliminar "rastros" da Internet poderá revelar-se uma tarefa difícil, senão impossível. "Mesmo com a ajuda dos motores de busca, o 'apagão' nunca é garantido porque entretanto a informação pode ter sido copiada e aparecer reportada noutros sites".

Em Portugal, a CNPD já se confrontou com alguns pedidos de eliminação de informação, "casos pontuais, na sua maior parte relacionados com o encerramento de contas e de registos em fóruns de discussão, em que intervimos, com sucesso".

Nestes casos a decisão foi favorável aos queixosos, mas se os pedidos estivessem relacionados com a retirada de posts e comentários a situação seria diferente. "Nesse caso estaríamos a falar de retirar algo que é a essência da dinâmica de um fórum de discussão: as opiniões, e isso não faria sentido".

Para a CNPD, o tema não pode ser visto a "preto e branco". "Cada caso é um caso e deve ser avaliado como tal. Possivelmente tem de se encontrar uma zona de fronteira em cada um deles", ou não fosse necessário ponderar o direito à privacidade do cidadão, por um lado, e a liberdade de expressão tão característica da Internet, por outro.»
Patrícia Calé in: http://tek.sapo.pt (acedido em: 26/01/2011)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Estudo revela que videojogos afetam saúde mental

"O estudo levado a cabo por Douglas Gentile, líder do Media Research Lab da Universidade do estado Iowa, revelou que crianças adictas a videojogos demonstram propensão para desenvolverem problemas mentais.

O estudo compreendeu uma amostra de 3 mil crianças em idade escolar e demorou dois anos a concluir. Os investigadores apuraram que uma em dez crianças eram adictas a videojogos e que com a adição " a depressão, a ansiedade e as fobias sociais tendeu a piorar".
A investigação revelou que as crianças jogavam uma média de 20 horas por semana. Entre 9 a 12 por cento das crianças do sexo masculino foram qualificadas como adictas. Comparativamente, 3 a 5 por cento das crianças do sexo feminino apresentaram adição aos videojogos. O estudo referiu ainda que, durante os dois anos em que a investigação teve lugar, as crianças que passavam mais horas a jogar revelavam um comportamento mais impulsivo e menores capacidades sociais.
No entanto, o investigador Mark Griffiths, da Universidade inglesa de Nottinghan Trent, apontou já algumas falhas do estudo em questão. De acordo com a Reuters, contrariamente à investigação de Gentile, o estudo de Griffiths demonstrou que o excessivo número de horas passado a jogar videojogos não acarreta necessariamente uma adição. Griffiths afirmou ainda que muitos jogadores podem jogar durante um longo período de tempo sem que sejam produzidos quaisquer efeitos negativos."

in: aeiou.exameinformatica.pt (acedido em: 18/01/2011)